“A relação com cada objeto é única. O processo criativo está justamente na releitura do inanimado "ferro velho", da sucata, que transcende para a leveza, o movimento e a provocação nata da arte"

Artista

Desde a adolescência, o artista plástico Emerson Bianchin trafega no universo artístico da experimentação, criação, das formas e das técnicas, que culminaram na relação do artista com as esculturas em sucata.

Do encontro com o artista plástico Tao Segulda, a descoberta como artista e a gratidão ao mestre inspirador com quem teve a oportunidade de criar coisas juntas.

Da pós-graduação em Arte Integrativa à História da Arte no MAM - Museu de Arte Moderna estão parte da contribuição com o amadurecimento artístico do escultor ao longo de quase duas décadas de produção artística, expressão e vazão da movimentação interna por extrair leveza e possibilidades do que a olhos nus remeteria ao fim de um ciclo.

Possibilidades desafiam o artista à busca incessante por esculturas que remetem a um momento, uma situação ou até mesmo à contemplação, a exemplo da série "Bailarinas" e "Selva", a última, com uma das peças expostas no MuBE - Museu Brasileiro da Escultura, junto à mostra de Brecheret, em 2012.


“Baseado apenas na experiência pode-se dizer que as obras de Emerson Bianchin quando finalizadas passam a ser "Pictóricas" embora o termo usado para "Pinturas", suas esculturas se transformam do nada formas existentes que compõem o cotidiano de todos, e a regra da exceção são as diversidades de peças em sua forma real, seria de certa forma pejorativo dizer que são sucatas, pois um dia elas tiveram seu uso, sua vida útil e descartada, mas o renascimento em Arte avolumam-se em grandes e pequenas formas conhecidas e integras na sua essência essas ditas sucatas nas mãos de um mestre criativo juntadas como em um quebra cabeças suas esculturas nascem para a eternidade e nesse processo "Kafkiano" a metamorfose em torvelinhos de idéias, somos presenteados com os mais diversos temas, temas esses, do Abstrato ao Figurativo e com genialidade o que antes não existia, que era grosseiro e pesado, sem movimento e esquecido, jogados nos mais diversos algures, a alma artística de Bianchin, com olhares atentos e cirurgicamente o faz, cria em algumas horas de empenho, cautela e sensibilidade e se mostra leve, expressivo aos nossos olhos. Penso que poucos tem essa vertente fluídica para transformar o que já foi transformado e singularmente o que ontem foi, hoje se mostra belo, enfeitiçado de magia, encanto em formas diversas dando novo significado a sua antiga existência , essa sublime dança de metais, pode-se notar em suas bailarinas que aparentemente estáticas, encenam com leveza as grandes obras de mestres da musica universal, entre tantos lumes mirados em um em um universo metafísico, poder-se-á a revelação de veículos motores, nostálgicas locomotivas com seus vagões repletos de lembranças e realisticamente a contemporaneidade dos dias modernos que trafegam velozmente pelo tempo, suas asas eretas em um planeio sustentado, na linha do imaginário cabe a redundância, escapa de nossos sonhos idos o presente nítido, em formas líricas de uma guitarra silenciosa que se atermos com olhar além das fronteiras, nossos ouvidos percebem ecoar distante melodias e canções que pelo menos uma vez em nossas vidas ouvimos e desfrutamos como quem em uma tarde solitária cantamos suas letras. Ecleticamente nesse que parece insano, a consciência se faz presente e perspicazmente aguçado seus personagens e suas tenras lembranças, rompe o tempo e vão um, a um se concretizando e em sua plenitude harmônica Bianchin compõem sua Ópera em palcos lúdicos todo o seu manifesto idílico e no silencio de suas obras, jaz seus sentimentos impregnados de amor nessa eterna busca da perfeição, usando e abusando atira-se nesse penhasco de emoções e convida cada qual a sua maneira apreciar e degustar castas notas de prazer”. Lima Júnior, artista plástico

“O artista plástico e escultor, Emerson Bianchin faz um trabalho muito interessante e ousado. Ele começa a sua produção, garimpando ferro velho, atrás de materiais que normalmente a maioria das pessoas não utiliza. Pedaços de cano,velas de ignição e outras peças de desmanche se transformam em verdadeiras obras de arte. Olha só até onde a criatividade pode chegar.” Natt Naville, jornalista

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